Se as palavras “política monetária” e “taxas de juro” te fazem logo querer mudar de canal ou fechar o browser, espera aí! Vou tentar explicar de uma forma que até a tua avó ia perceber. Afinal, mesmo que aches que não tens nada a ver com isso, acredita: estas palavrinhas afetam-te diretamente.
Então, vamos lá! Primeiro, o que é a política monetária? Nada mais é do que o conjunto de estratégias que os bancos centrais (como o Banco Central Europeu, que cuida do nosso dinheiro por cá) usam para controlar a quantidade de dinheiro que circula e as taxas de juro. Sim, aqueles “senhores” que decidem se vais pagar mais ou menos pelo teu crédito à habitação ou pelo teu cartão de crédito.
O Papel das Taxas de Juro
As taxas de juro são a ferramenta preferida dos bancos centrais para controlar a economia. Quando a economia está a bombar e os preços estão a subir (é o que chamamos de inflação), eles aumentam as taxas para que o crédito fique mais caro. A ideia é que, se o crédito é mais caro, as pessoas gastam menos, e assim, os preços estabilizam. Do lado contrário, quando a economia precisa de um empurrãozinho, baixam as taxas para tornar os empréstimos mais baratos. Isto incentiva o consumo e o investimento – ou seja, quer-se que o pessoal vá às compras ou invista na sua casa nova.
Como é que isto afeta o teu bolso? Supondo que tens um empréstimo à habitação, é fácil: se as taxas sobem, o teu empréstimo fica mais caro. Já imaginaste ires tomar café e, de repente, a bica passa de 70 cêntimos para 1,50 euros? É mais ou menos essa a sensação! A diferença é que, em vez de uns cêntimos, são uns bons euros a mais que sais a perder com o aumento das taxas de juro.
O Impacto no Teu Dia a Dia
Quando as taxas de juro estão em alta, sentes logo um aumento no teu crédito à habitação e até nos créditos pessoais ou no cartão de crédito. E não é só no que já estás a pagar – se quiseres pedir um novo empréstimo, vais perceber que o custo vai ser bastante superior. Por outro lado, se tens umas poupanças num depósito a prazo, as taxas de juro altas até podem ser boas notícias: significa que o teu dinheiro rende mais.
Agora, imagina que o banco central decide aumentar as taxas de juro. Isso é como o sinal para todos os bancos começarem a aumentar as prestações dos empréstimos. Com a tua prestação da casa a subir, é menos dinheiro no bolso para as saídas com os amigos ou para aquela viagem que tinhas planeado.
Exemplos Práticos
Vamos imaginar o seguinte: tens um empréstimo de 150 mil euros a uma taxa variável (sim, aquelas que sobem e descem conforme o humor do BCE). Com uma subida de apenas 1%, a tua prestação pode aumentar dezenas de euros por mês. Parece pouco? Pois é, mas ao fim do ano, são uns bons trocos a menos para gastar em ti.
Outro exemplo: pensaste em pedir um empréstimo pessoal para trocar de carro. Se o pedido for agora, vais pagar uma taxa de juro mais alta comparada com o ano passado. No fundo, são os bancos centrais a dizer-te: “Segura aí a carteira, companheiro”.
Este artigo representa uma opinião e não substitui a pesquisa individual ou o aconselhamento profissional.
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